domingo, 24 de abril de 2011

O Irmãozinho de Malu. . .


Eu dizia. . ." Príncipe! Você vai ter uma irmazinha, sabia?! "
Ele respondia: " Mentira mãe, mentira" (com aquela cara safada que só ele tem)
Eu continuava: " É sério ' B '!! "
Ele sempre engraçado: " Mãe...eu que vou cuidar dela né? Ela gosta de Nescau mãe?"
Essa é a coisa mais GOSTOSA do mundo, se chama Joaquim.
Um lindinho que me surpreende a cada dia com as suas tiradas inesperadas! Inteligente e amoroso.
O homemzinho da minha vida.

O primeiro pedacinho de mim, e agora: O Irmãozinho de Malu.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Sonhos de Catavento


A gente nunca sabe o porquê de fato certas coisas acontecem em nossas vidas. Inevitavelmente em algum momento questionamos TUDO, e quase sempre não temos nenhuma resposta.
Bem na verdade acontece como quando a gente perde alguma coisa e quer muito encontrá-la. Já reparou? Procuramos, procuramos, procuramos... e ela pode estar em nossa frente, mas não se mostra clara. Aí, bem naquele dia, no dia que você já até tinha se esquecido da procura, ela aparece como se nos falasse ironicamente: “ Ei...não me viu? Eu estive aqui o tempo todo....”
De fato assim acontece com as nossas vidas. Ás vezes nos perguntamos por que outro dia vimos tal coisa, conhecemos tal pessoa, vivemos tal experiência...e como aquilo que procurávamos sem cessar, um dia inesperadamente tudo fica claro e nos explica que sempre esteve ali, mas que aquela não era a hora de se revelar.
Eu sou Milena, uma Milena comum. Escrevo por prazer, às vezes por terapia, às vezes por hobby. Mas no final das contas, sempre escrevo. Gosto desse exercício, me faz bem de alguma forma.
 Eu sempre sonhei com um monte de coisas, e um monte delas ao mesmo tempo. Quando eu era pequena já me sentia madura demais, me achava a super preparada para tudo, dar conselhos? Adorava.  E achava, sempre, que os meus eram os melhores.
Eu achava que podia ser famosa, depois queria ser dançarina, depois escritora, depois cantora, professora... E eu fui crescendo e já não via tanta graça na fama, eu queria ser simples, mas não normal. Mas a vida me mostrou um monte de caminhos que nunca estiveram presentes no meu imaginário de infância, e pouco tempo depois, eu pensava em um príncipe encantado.
Pensava em me apaixonar. Mas eu não pensava em casar, nem ousar sonhar em ter filhos, era mais legal e atraente criar o modelo independente, aquele que é orgulhosa de tudo que tinha construído por si mesma. E aí sonhava em morar sozinha...
Mas eu nunca tinha pensado na vida como um catavento. Você já pensou nisso?
Quando fecho os olhos e tento imaginar um catavento, penso em algo bem colorido que ao sabor do vento gira...Ele pode girar em qualquer sentido e a qualquer velocidade, depende do vento. Depende de como ele quer que aquele catavento gire. Eu sinto que foi meio assim que aconteceram as coisas pra mim, como um catavento ao sabor dos ventos que eu escolhi.
Levando em consideração os meus sonhos de criança e as minhas escolhas sobre o vento, ele girou no sentindo anti-horário. Eu que não queria um montão de coisas, me apaixonei e sonhei tudo em sentido anti-horário daquele meu catavento de outrora. Fui mãe aos 19 anos, tenho um príncipe lindo chamado Joaquim.
Hoje sem buscar culpados e sem muito procurar respostas pra esse giro inevitável do meu catavento, sei que aquele amor perdido e cheio de problemas veio para me deixar algo de que eu vou me orgulhar pra sempre, o primeiro pedacinho de mim, ali, na minha frente, o meu filho. 
Mas a imaturidade e o medo não fizeram meu catavento girar de forma tão plena. Talvez hoje eu sinta que devia ter escolhido outra velocidade para que ele girasse e me tornasse uma mãe mais dedicada, atenciosa...uma mãe sem medidas. E sendo assim, apesar de ser mãe, ainda não era mãe. Era como se eu tivesse passado por uma experiência de choque no começo, de felicidade e dedicação por algum tempo, e de comodismo depois.
E ele continuou a girar...
Conheci pessoas das quais eu nunca vou esquecer e que até hoje de alguma forma  mesmo simples, mas não menos importante, participam da minha vida e fazem toda a diferença no caminhar do vento que sopra para o meu catavento.
Renovei-me , reestabeleci  e conquistei muitas amizades, tive paixões, namoros, experiências boas e ruins. E não sei porque, e apesar de ainda procurar as respostas como aquilo sobre o que eu falava no início, e de fato até agora não as encontrei, porque talvez não seja a hora de vê-las, o meu catavento me mostrou que além de girar ao sabor do vento, ele pode também escolher estar no mesmo lugar, em circunstâncias muito parecidas, e girar de uma forma quase semelhante a de outrora.
A chegada de um novo amor, de uma outra forma, com uma outra pessoa, hoje me fez rememorar aquele catavento de quando tinha 19 anos. Hoje vou ser mãe, aos 25 anos. E seguro o meu mesmo catavento colorido.
Muita coisa eu ainda não entendo. Porque tinha que acontecer assim, dessa forma, em meio a tanta coisa e em circunstâncias tão adversas?
Mas se tem uma coisa que eu não mais pergunto ao meu catavento é: 

- Porque giras assim novamente?.
Esta pergunta já foi respondida sem que eu muito precisasse procurá-la.
Eu sei meu catavento colorido!
Eu sei que essa é a oportunidade de fazer tudo diferente, ao sabor de um novo vento.